sábado, 26 de outubro de 2013

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS


   Antes de explicarmos o que são orações subordinadas adjetivas, precisamos entender o que são orações, adjetivos e orações subordinadas. Você sabe?

O que é oração?
   Oração é um enunciado que se organiza em torno de um verbo ou locução verbal, cuja estrutura apresenta sujeito e predicado, ou apenas o predicado (no caso de oração sem sujeito) (ANDRADE; MEDEIROS, 2004).


Exemplo:  “A menina está cercada de pessoas.”
(Sujeito simples = A menina / Predicado = está cerca de pessoas)


O que é adjetivo?


   Adjetivo é a palavra que dá qualidade a um substantivo ou palavra substantivada. Ele pode ser explicativo (qualidade própria do ser) ou restritivo (qualidade não própria do ser) (ANDRADE; MEDEIROS, 2004).


Exemplos:    branca neve (branca = adjetivo explicativo)


                                 silêncio pensativo (pensativo = adjetivo restritivo)


O que é oração subordinada?


 Oração subordinada é a oração que complementa o sentido da oração principal (ANDRADE; MEDEIROS, 2004).


Exemplo:  “Todos esperam que você volte.”

(Oração principal = Todos esperam / Oração subordinada = que você volte)  



 Depois desta breve explicação, podemos entendem melhor o assunto deste tópico, orações subordinadas adjetivas.


O que são orações subordinadas adjetivas?


  As orações subordinadas adjetivas têm valor de adjetivo e sempre se relacionam com termos de valor substantivo da oração principal (MESQUITA, 1999).
     
     (1)  A candidata, muito nervosa, resolvia uma prova complexa.



   No exemplo 1, o sintagma adjetival “muito nervosa” é autônomo e funciona como predicativo do sujeito. Já o sintagma adjetival “complexa” é interno (modifica o núcleo “prova” do objeto direto “uma prova complexa”) e funciona, neste caso, como adjunto adnominal.



(2)  A candidata, que estava muito nervosa, resolvia uma prova que era complexa.



   No exemplo 2, temos duas orações subordinadas adjetivas, sendo que a primeira (“que estava muito nervosa”) classifica-se como oração subordinada adjetiva explicativa e a segunda, como oração subordinada adjetiva restritiva.

  Tanto no período simples como no composto (exemplos 1 e 2, respectivamente), o predicativo do sujeito e a oração adjetiva explicativa indicam um estado ou uma característica do núcleo “candidata”. Já o adjunto adnominal e a oração adjetiva restritiva indicam uma característica intrínseca ao núcleo “prova”.

  Dessa forma, podemos classificar a oração subordinada adjetiva em explicativa ou restritiva, sendo que a primeira é usada para indicar uma característica casual, imprevista, enquanto a segunda indica sempre uma característica inerente, restrita, ao elemento qualificado (SAUTCHUK, 2006).


1-  Orações Subordinadas Adjetivas Restritivas: restringem a significação de um substantivo ou pronome da oração principal, particularizando-o. Por serem indispensáveis ao sentido do período e por não se apresentarem isoladas por vírgulas, não podem ser omitidas (MESQUITA, 1999).

   Elas apresentam como de uma classe o substantivo antecedente, ao qual delimitam ou definem mais claramente; por isso mesmo são indispensáveis à significação cabal de toda a oração complexa, a qual, sem elas pode não fazer sentido, ou tê-lo incompleto e até absurdo (BECHARA, 2006).


Exemplos:


  O jovem que se esforça progride.


“Ama com fé e orgulho, a terra em que nasceste.” (Olavo Bilac)


“Cada qual tem o ar que Deus lhe deu.” (Machado de Assis, VH, 299)


  Na tirinha acima, as orações "em que nasci" e "que me pôs no mundo" são exemplos de oração subordinada adjetiva restritiva.


2- Orações Subordinadas Adjetivas Explicativas:  não limitam a significação de um substantivo ou pronome da oração principal; acrescentam informações consideradas conhecidas e sempre se apresentam separadas da oração principal por virgulas (MESQUITA, 1999).
  As orações subordinadas adjetivas explicativas exprimem o sentido geral do substantivo antecedente; têm o valor aproximado de um aposto explicativo ou atributivo. Sua eliminação, por isso, não traz, em princípio, prejuízo lógico, mas principalmente estilístico, ao sentido geral (BECHARA, 2006).


 Exemplos:

 Meu pai, que é meu amigo, sempre me auxilia.

O homem, que é mortal, tem alma imortal.

“Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha.” (M. de Assis, VH, 299)

“O pátio, que se desdobrava diante do copiar, era imenso.” (Gr. Ramos, Inf., 12)


   As orações subordinadas adjetivas também podem se apresentar sob a forma reduzida, quando, ao invés do uso do pronome relativo, emprega-se o verbo no gerúndio, no particípio passado ou no infinitivo. Essa forma reduzida de orações é uma segunda opção para a construção de períodos compostos, evitando-se a repetição dos conectivos (SAUTCHUK, 2006).


1) Exemplos de orações adjetivas reduzidas de infinitivo (regidas pela preposição "a"):


Na pausa solene dos quadris a deslocarem-se na marcha, há a segurança da força.” (God. Rangel, VO, 111)


Recebi os prospectos dos aparelhos a serem adquiridos.



2) Exemplos de orações adjetivas reduzidas de gerúndio:


Pareceu ao pobre lenhador sentir, naquele vento, o som de um choro, e uma voz bradando aflita.” (Eça, PB, 53)


Havia ali um bêbado tresvariando em voz alta.” (Gr. Ramos, VS, 45)


“O agoniante sofrer vira esperança / de um cérebro domando um coração.” (P. L. Mais, SC, soneto 11.)


Acudiam cartas do nosso arcebispo a miúde, escritas com muito calor, e pedindo a Sua Santidade declarasse a preeminência.” (Fr. Luís  de Sousa, apud’Said Ali, GS, 249.)



Observações (MESQUITA, 1999):


1-  A oração subordinada adjetiva pode ser introduzida pelo advérbio relativo como, no sentido de por que, pelo qual.

Ex: Enfatizo apenas o modo como ele estudou o caso.


2-  Pode apresentar um pronome como antecedente.

Ex: ”Não se sabe o/ que é um coração isolado como o meu.” (Raul Pompéia)


3-  Pode haver coordenação entre orações subordinadas adjetivas.

Ex: Os alunos, que estudam e (que) resolvem suas dificuldades, muito me sensibiliza.


4-  Muitas vezes, a simples presença de vírgulas separando as orações subordinadas adjetivas pode alterar o sentido global do período.

Ex: Seus alunos, que são estudiosos, serão aprovados. (explicativa: todos os alunos)

      Seus alunos que são estudiosos serão aprovados. (restritiva: apenas os alunos estudiosos)
                          

 Plano de aula


Público-alvo:
      Alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio.

     Duração:
  2 aulas de 50 minutos cada.
    
     Objetivos:
Apresentar os conceitos e dar exemplos de orações subordinadas adjetivas aos alunos e mostrar como identificá-las em textos do cotidiano.

Recursos didáticos:
Slides, revistas, jornais, lousa e giz.

Desenvolvimento da atividade:
 Na primeira aula, apresentação da teoria sobre orações subordinadas adjetivas em  slides e trabalho com exercícios de fixação. Duração: 50 minutos.
Na segunda aula, organização da sala em grupos de no máximo 5 alunos, para identificar em jornais e revistas exemplos de orações subordinadas adjetivas restritivas e explicativas (pelo menos um exemplo de cada), e apresentação dos trabalhos realizados pelos grupos. Duração: 50 minutos.

Avaliação:
Os alunos serão avaliados através dos trabalhos em grupo e explicação em sala.



Bibliografia

ANDRADE, M. M.; MEDEIROS, J. B. Comunicação em Língua Portuguesa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

BECHARA, E. Lições de português pela análise sintática. 18. ed. Rio de  Janeiro, Padrão, 2006.

MESQUITA, R. M. Gramática da Língua Portuguesa. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 1999.

SAUTCHUK, I. Prática de Morfossintaxe: como e por que aprender análise (morfo)sintática. 2. ed. São Paulo: Manole, 2006.





 Postado por: César Cazelato, Dâmaris Goes, Fabiana Tomioka, Manoela Menossi, Mariana Takitane e Yuri Shiguematsu

2 comentários:

  1. O trabalho está ótimo, muito bem explicado e uma excelente opção para se preparar para a prova.

    Cleide, Fernando, Telma e Josemilton.

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  2. Muito obrigada, pessoal!
    Ficamos felizes em saber que o conteúdo será útil para os estudos.

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