quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Orações Subordinadas Substantivas




Existem três tipos de orações subordinadas: adverbiais, adjetivas e substantivas. Apresentaremos, a seguir, apenas as orações subordinadas substantivas.


O que são?


As orações subordinadas substantivas exercem funções sintáticas exclusivas do substantivo. São classificadas em seis tipos: subjetivas, objetivas diretas, objetivas indiretas, completivas nominais, predicativas e apositivas.






Oração Subordinada Substantiva Subjetiva


As orações subordinadas substantivas subjetivas exercem a função sintática de sujeito da oração principal. É importante ressaltar que nas orações subordinadas substantivas o verbo da oração principal está sempre na terceira pessoa do singular. Existem três tipos da estruturas que compõem esse tipo de oração. Vamos a elas, citando exemplos para um melhor esclarecimento.


1ª – Oração Principal composta por Verbo de Ligação e predicativo.



Exemplo:


Está nítido que a desigualdade social existe no Brasil.

Análise sintática da oração:

Verbo: Estar

Sujeito: que a desigualdade social existe no Brasil

Oração Principal: Está nítido

Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: que a desigualdade social existe no Brasil




2ª – Oração Principal com o verbo na voz passiva





Exemplo:


Diz-se que nem sempre o dinheiro traz felicidade.


Análise sintática da oração:


Verbo: Dizer

Sujeito: que nem sempre o dinheiro traz felicidade

Oração Principal: Diz-se

Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: que nem sempre o dinheiro traz felicidade



3ª – Oração Principal com os verbos colocados na terceira pessoa do singular em qualquer tempo:




Exemplo:


Ocorre que poucos funcionários comparecem a esta reunião.




Análise sintática da oração:


Verbo: Ocorrer

Sujeito: que poucos funcionários comparecem a esta reunião.

Oração Principal: Ocorre

Oração Subordinada Substantiva Subjetiva: que poucos funcionários comparecem a esta reunião





Observação:


Há ainda, um caso peculiar de oração subordinada substantiva subjetiva, conforme este exemplo: “É importante você ir ao trabalho hoje”. A oração subordinada (em itálico) está reduzida. Estes tipos de orações são chamadas de orações subordinadas substantivas subjetivas reduzidas de infinitivo.




Oração subordinada substantiva objetiva direta


As orações subordinadas Substantivas Objetivas Diretas exercem a função de objeto direto da oração. 


1. Exemplo:


“Meu pai dizia que os amigos são para as ocasiões.”

(Carlos Drummond de Andrade)



Análise sintática 


verbo Transitivo Direto: Dizer

Sujeito: meu pai

Oração principal: Meu pai dizia

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: que os amigos são para as ocasiões.






2. Exemplo:


Nós queremos que você fique.



Análise sintática 


verbo Transitivo Direto : Querer

Sujeito: Nós

Oração principal: Nós queremos

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: que você fique.




3. Exemplo:


Eu quero que você seja meu amigo.



Análise sintática 


Verbo Transitivo Direto: querer

Sujeito: eu

Oração principal: eu quero 

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Direta: que você seja meu amigo.




Oração Subordina substantiva Objetiva Indireta


As orações subordinadas Substantivas Objetivas Indiretas exercem a função de objeto indireto das orações, lembrando que todo verbo transitivo indireto necessita, obrigatoriamente, de preposição e tem como complemento um objeto indireto.



1. Exemplo:


Desconfiei de que você armava um plano qualquer (...).

(Mário Palmério)





Análise sintática 


Verbo Transitivo Indireto: Desconfiar

Sujeito: Eu oculto

Oração principal: Desconfiei

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: de que você armava um plano qualquer



2. Exemplo:


As crianças gostam de que esteja tudo tranquilo.



Análise sintática 


Verbo Transitivo Indireto: gostar

Sujeito: As crianças

Oração principal: as crianças gostam

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: de que esteja tudo tranquilo




3. Exemplo:


Não duvido de que você seja meu amigo.



Análise sintática 


Verbo Transitivo Indireto: duvidar

Sujeito oculto: Eu

Não duvido: oração principal

Oração Subordinada Substantiva Objetiva Indireta: de que você seja meu amigo 




Observação:


É interessante observar que, às vezes, a preposição da oração subordinada substantiva objetiva indireta pode estar subentendida na oração, por exemplo: Ninguém discorda (de) que proteger a floresta é importante. 






Oração Subordinada Substantiva Completiva Nominal

É a oração que completa a principal, exercendo, portanto, a função de complemento nominal. A preposição que insere a completiva nominal é exigida pelo nome que pede complemento.



1.Exemplo:


Sou favorável, quando o comerciante é desonesto, a que o deportem.





Análise sintática 


Verbo: Ser

Sujeito: Eu (oculto)

Oração Principal: Sou favorável

Oração subordinada substantiva completiva nominal: a que o deportem





2. Exemplo:


Tivemos a impressão de que a casa estava prestes a cair



Análise sintática


Verbo: Ter

Sujeito: Nós (oculto)

Oração Principal: Tivemos a impressão

Oração subordinada substantiva completiva nominal: de que a casa estava prestes a cair





3 Exemplo:


Carlos fez referencia a que eu o acompanhasse

Verbo: Fazer

Sujeito: Carlos

Oração Principal: Carlos fez referencia 

Oração subordinada substantiva completiva nominal: a que eu o acompanhasse





Agora, observem a charge:





Na charge a cima, podemos dizer que no primeiro quadrinho, a frase: Tenho saudades do vento salgado batendo no meu cabelo em alto mar exerce a função de complemento nominal, visto que está completando o sentido do nome “saudades”.





Observação:


A preposição (de) que introduz tanto nas orações objetivas indiretas, quanto nas completivas nominais, pode ser omitida, por exemplo: Preciso de que você fique comigo (Preciso que você fique comigo). 






ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA PREDICATIVA


A Oração Subordinada Substantiva Predicativa exerce a função sintática de Predicativo do Sujeito, portanto, há sujeito na oração principal. Nestes casos, o verbo da oração principal será sempre de ligação.



Ex.1: O ideal é que nos tornemos amigos. (O ideal é isso)



Ao fazermos a Análise Sintática desta oração, temos:


Verbo: é

Sujeito: o ideal

Oração Principal: O ideal é

Oração subordinada substantiva predicativa: que nos tornemos amigos.



Ex. 2: Meu desejo é que você seja feliz. (Meu desejo é isso)



Análise Sintática


Verbo: é

Sujeito: Eu (oculto)

Oração principal: Meu desejo é

Oração subordinada substantiva predicativa: que você seja feliz



Ex. 3: O certo é que você se alimente bem. (O certo é isso)


Análise Sintática


Verbo: é

Sujeito: o certo

Oração subordinada substantiva predicativa: que você se alimente bem.




Oração Subordinada substantiva Apositiva


As Orações Subordinadas Substantivas Apositivas funcionam como aposto de algum termo da oração principal, sendo que na maioria dos casos a indicação do aposto ocorre por dois pontos, embora haja outras pontuações possíveis. 

Exemplo: 

Apenas espero o seguinte: que você cumpra sua promessa.



Análise sintática 



Verbo: esperar

Sujeito: eu (oculto)

Oração Principal: Apenas espero o seguinte

Oração Subordinada Substantiva Apositiva: que você cumpra sua promessa




Observação:


Vejamos que este exemplo pode ser substituído sem problemas por: “Apenas espero o seguinte: o cumprimento da sua promessa”. Tanto o fragmento “que você cumpra sua promessa” quanto “o cumprimento da sua promessa” estão isolados formando um aposto, mas no primeiro caso temos um período composto por subordinação com uma Oração Subordinada Substantiva Apositiva.


Vejamos outros exemplos desses tipos de oração em que a indicação do aposto ocorre por outras pontuações:




a) A compaixão, que une várias pessoas por um mesmo objetivo, faz milagres.

b) A morte, triste, impiedosa, certa, ocasiona algumas atitudes; ela inferioriza as pessoas.




Análise sintática da oração a:



Verbo: fazer

Sujeito: compaixão

Oração Principal: a compaixão (…) faz milagres

Oração Subordinada Substantiva Apositiva: que une pessoas por um mesmo objetivo



Análise sintática da oração b:



Verbo: ocasionar

Sujeito: morte

Oração Principal: a morte(…) ocasiona algumas atitudes

Oração Subordinada Substantiva Apositiva: ela inferioriza as pessoas






 



Plano de Aula


Público Alvo: Alunos do 1° ano do ensino médio.



Duração: 5 aulas de 50 minutos cada.




Objetivo


Despertar nos alunos interesse pelo estudo da gramática, para que sejam capazes de distinguir os seis tipos de orações subordinadas substantivas, a fim de melhorar a comunicação dos alunos.



Desenvolvimento das aulas:




1° Aula: Faremos uma revisão sobre as funções sintáticas necessárias para a introdução da matéria.


Recurso Didático para essa aula: Data show e ponteira laser.



2° Aula: Faremos uma exposição sobre todas as orações subordinadas substantivas, e demonstraremos cada uma delas. Posteriormente, serão formado seis grupos e solicitado que cada um deles pesquisem um tipo de oração subordinada substantiva. Retomaremos as discussões na aula seguinte, a fim de que haja melhor aproveitamento das discussões em sala de aula.




3° Aula: Serão trabalhados, detalhadamente, três tipos de orações e serão discutidas pelos grupos.


Recursos Didáticos: Data show, ponteira laser, quadro negro e giz.




4° Aula: Discutiremos as outras três orações restantes.




Recursos Didáticos: Quadro negro e giz.




5° Aula ( Aula prática) Os grupos se reunirão para uma atividade prática referente à toda matéria dada, com finalidade de fixar o aprendizado.





Bibliografia



1. Cunha Celso, Gramática do Português contemporâneo- 1° Edição, 2007- Editora L&PM 


2. http://www.capcursos.com.br/boletim-180-oracao-subordinada-substantiva-predicativa/boletim-180-oracao-subordinada-substantiva-predicativa/


3. http://www.escolakids.com/oracoes-subordinadas-substantivas.htm 




4. ANDRE, H A de – Gramática Ilustrada. Ed 4 , editora moderna


5.http://www.infoescola.com/portugues/oracoes-subordinadas-substantivas


6. http://www.mundovestibular.com.br/articles/538/2/ORACOES-SUBORDINADAS-/Paacutegina2.html


7. PASQUALE & ULISSES, Gramática da Língua Portuguesa - 2ª Edição, 2004 - Editora Scipione


8. http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint34.php



Postado Por  Edivaldo Joaquim Ferreira, Jones Francisco, Maria da Paixão e Rebeca Bastos



terça-feira, 12 de novembro de 2013

Orações Coordenadas Sindéticas e Assindéticas

Período Composto por Coordenação


No período composto por coordenação, as orações entre si independem (quanto aos termos sintáticos), entretanto estão unidas pelo sentido contido na oração. Podemos dizer que as conjunções são os meios pelos quais essa orações se unem.
Existem duas classificações de orações coordenadas: Assindéticas e Sindéticas. As Orações Coordenadas Assindéticas são geralmente independentes e a conexão está concentrado no sentido, enquanto que as sindéticas necessitam de algo que as conecte aos outros períodos que nada mais são que conjunções. As conjunções formam diversos tipos de Orações Coordenadas Sindéticas de acordo com o sentido da conjunção, Aditiva, Adversativa, Alternativa, Conclusiva e Explicativa.

Vejamos alguns exemplos começando pela O.C.A (Oração Coordenada Assindética).
EX : Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia.

Podemos perceber que cada uma das orações são equivalentes do ponto de vista sintático como também equivalentes formando duas orações:
Estou comprando um protetor solar;
depois irei à praia;

Nesse outro caso é diferente
“Sebastião Hora agitava-se, adormecia e despertava agoniado.” (Graciliano Ramos)

Podemos perceber que as duas primeiras orações estão ligadas por uma pausa (,) e a última é ligada por uma conjunção (e).
Sebastião hora agitava-se;
 adormecia;
e despertava agoniado.

Agora passemos a demais classificações:
Oração Coordenada Sindética Aditiva – Expressa a ideia de acréscimo e/ou adição as conjunções mais usadas são “e” e “nem”.
EX: Caetano Veloso canta e compõe muito bem.
       Ela não trabalha nem estuda.

 A língua Portuguesa dispõe também de estruturas correlativas para coordenar orações. Essas estruturas são conhecidas como ADITIVAS ENFÁTICAS , costumam ser usadas quando se pretende enfatizar o conteúdo da segunda oração. 

EX: Caetano Veloso não só canta , mas também  ou como também compõe muito bem.
       Ele não só foi o melhor do time , mas também  ou  como também fez o gol da vitória.


Oração Coordenada Sindética AdversativaExpressa contraste e/ou compensação. As conjunções mas, no entanto , não obstante , nada obstante são encontradas em sua estrutura.

EX: " Eu queria querer-te e amar o amor, construir-nos dulcíssima prisão, encontrar a mais justa adequação, tudo métrica, rima, nunca dor, mas a vida é real e de viés."
     
        O Brasil tem potencial inesgotável; sua má administração,porém, tem produzido apenas a sociedade mais injusta do planeta.

          O time jogou muito bem, entretanto não conseguiu a vitória.


Oração Coordenada Sindética AlternativaExpressa alternância dos fatos e/ou escolha as conjunções: ora... ora, já... já..., quer... quer ... seja... seja , etc são as mais usadas 

EX: Fale agora , ou cale-se para sempre.
      Ora age com calma, ora trata a todos com muita aspereza.
      Estarei lá, quer você permita, quer você não permita.



Oração Coordenada Sindética ConclusivaComo a própria palavra já define, seu sentido é de conclusão ou conseqüência, são usadas as conjunções logo , portanto e pois (posposto ao verbo). Usa-se ainda  então, assim, por isso, por conseguinte, de modo que, em vista disso e etc.

EX: Não tenho dinheiro, portanto não posso pagar.
      Penso, logo existo.
      Ela é paulista; é, pois, brasileira.
      O time venceu, por isso está classificado.






Oração Coordenada Sindética ExplicativaIndica uma Justificativa ou explicação as conjunções encontradas são: que ,porque e pois( obrigatoriamente anteposto ao verbo).

EX: “Deixe em paz meu coração, que ele é um pote até aqui de mágoa” (Chico Buarque)
       
Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.
         Cumprimente-o, pois hoje é o seu aniversário.

                                               

                            Plano de aula




 Público-alvo:
     
 Alunos do Ensino Fundamental e Ensino Médio.

  Duração:
 
  3 aulas de 50 minutos cada.
    
  Objetivos:

Apresentar os conceitos e dar exemplos de Orações Coordenadas Assindéticas e Sindéticas, destacando em gêneros textuais mais modernos os aspectos mais importantes desse assunto.

Recursos didáticos:

Slides, revistas que contenham charges, giz e lousa, apostila com teorias sobre Coordenação.

Desenvolvimento da atividade:

Na primeira aula, terá uma apresentação teórica de Orações (como se identifica uma oração) e qual o significado das orações coordenadas e subordinadas por meio de apostilas com teorias referentes á esses pontos gramaticais.
Na segunda aula, haverá uma representação de todos esses aspectos usando charges diferentes, destacando os balões as preposições ou a frase inteira. Contudo, apresentando nas falas dos personagens como podemos identificar Orações Coordenadas Assindéticas, Sindéticas, etc.
Na terceira aula, apenas um resumo do quê foi dado: Orações Coordenadas Assindéticas, Sindéticas.

Avaliação:

- Os alunos serão avaliados através de provas com o conteúdo explicado por meio de charges.
- Trabalhos em grupo referente ao assunto discutido.

BIBLIOGRAFIA:

-  Pasquale e Ulisses - GRAMÁTICA LÍNGUA PORTUGUESA Ed. 2 , ano 2004 ,editora- Scipione


-  ANDRE, H A de – Gramática Ilustrada. Ed 4 , editora moderna  



Postado por : Carolina Hermanas, Flávio Freitas, Mariana Origuela e Munique Kafica

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

SISTEMATIZANDO, SINTETIZANDO E SIMPLIFICANDO O USO DA VÍRGULA

SISTEMATIZANDO, SINTETIZANDO E SIMPLIFICANDO O USO DA VÍRGULA


Relatório Descritivo, Reflexivo (Principais tópicos das aulas)

Após ouvirmos a opinião de cada membro do grupo, concluímos que as aulas têm sido bastantes proveitosas,  ambas as professoras são muito competentes,  conduzem as aulas de forma dinâmica, contribuindo para o aprendizado geral da classe.
Sentimos a nossa evolução, temos uma visão mais ampla de nossa língua nos aspectos sintáticos, pragmáticos, morfossintáticos e semântico.
Todo esse aprendizado tem nos ajudado na elaboração de textos com produções de melhor qualidade. Temos noção e convicção da nossa escrita, principalmente no que tange a sintaxe, concordância, coesão, coerência, orações de todos os tipos etc.
As aulas são ministradas de forma sincronizada, pois uma professora complementa a aula da outra, de um modo natural, devido a grande experiência de ambas, beneficiando o nosso aprendizado.
Inclusive no uso dos sinais de pontuação, especificamente o uso da vírgula. Tema escolhido pelo grupo devido a nossa dificuldade em saber usá-la corretamente.
Será um trabalho produtivo tanto para nós, quanto para os nossos leitores, o nosso objetivo é contribuir de forma singela para o aprendizado dos interessados no assunto.
O nosso grupo sugere alguns livros, que poderão ser pesquisados, com o objetivo de enriquecer os conhecimentos.  Logo, elencamos os seguintes:

•             ABAURRE, Maria Luzia M
Português Contexto, Interlocução e Sentido, São Paulo: Moderna, 2008, Volume 3.
•             CEGALLA, Domingos Paschoal
Nova Minigramática da Língua Portuguesa, Domingos Paschoal Cegalla, 1ª Edição, São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005.
•             PASCHOALIN, Maria Aparecida
Gramática: Teoria e Exercícios, Paschoalin & Spadoto, Ed. Renovada, São Paulo: FTD, 2008.
•             ABAURRE, Maria Luzia
Coleção Base: Português, Volume Único, 1ª Edição, São Paulo: Moderna, 2000.
•             CAMARGO, Thaís Nicoleti de
Uso da Vírgula, Barueri, São Paulo: Manole, 2005

Sugestão de Trabalho didático:
Como possibilidade de  trabalho didático em sala de aula, propomos primeiramente introduzir os conceitos do uso da vírgula seguindo com exemplos através de tirinhas, pois são significativas e motivadoras para o aluno. Dessa forma, facilita o seu aprendizado e finalizando com a aplicação de exercícios variados e práticos.

Destacamos algumas regras:

Conceituando: A Vírgula
De todos os sinais de pontuação, a vírgula é aquele que desempenha o maior número de funções. Vamos apresentar, a seguir, os principais contextos em que esse sinal é empregado.

A Vírgula no interior de orações

1. Separa constituintes sintáticos idênticos em enumeração.
Observe a tira:

2. Isola o vocativo.
Observe a tira:

3. Nunca separa o sujeito do predicado.
Entre o sujeito da oração e o verbo existe forte vínculo sintático, motivo pelo qual não se usa vírgula em tais elementos.

Exemplo:
O problema e a solução (sujeito) podem passar do campo da polícia para o do tratamento médico(predicado).

4. Não há vírgula entre o verbo e os seus complementos.

Exemplo:
Ele experimentou (verbo) uma sensação estranha (complemento).

5. De modo geral, não há vírgula entre termos que complementam outras palavras.

Exemplo:
O presidente não obteve o apoio (substantivo) de todos os partidos (complemento do substantivo).

6. Não há vírgula entre nomes e termos que restringem esses significados desses nomes.

Exemplos:
Os alunos (nome) novos (termos restritivo) serão recebidos pelo diretor
Os alunos (nome) que estudam no período noturno (termo restritivo) farão provas aos sábados.

7. Adjuntos Adverbiais.
Com adjuntos adverbiais recuados a vírgula também pode assinalar a inversão da ordem direta das frases. Convém empregá-la quando o adjunto adverbial é recuado para o início do período, o que ocorre, geralmente, quando se pretende enfatizar o seu conteúdo.

Exemplos:
Há quatro meses a escola começou a funcionar. (adjunto adverbial de tempo no início).
Em Minas Gerais, houve protestos contra privatizações. (Adjunto Adverbial de lugar no início).

8. Predicativo do Sujeito.
Predicativo do sujeito é um termo que pode indicar um período, indicando uma característica momentânea ou circunstancial.

Veja:
Preocupado, ele olhava o relógio de cinco em cinco minutos. (Predicativo [antecipado] do sujeito ele).
Ansiosas, mãe e filha esperaram o resultado do exame. (Predicativo [antecipado] do sujeito mãe e filha).

9. Com Aposto.
Chamava-se aposto a expressão que explica ou específica outro termo da frase. Note que ele pode ser composto de várias palavras, mas seu núcleo será sempre um substantivo.
O tipo mais comum de aposto é o chamado aposto Explicativo.

Exemplo:
Ângela Maria, famosa cantora popular, decidiu aposentar-se.

 10. Com vocativo.
O vocativo é termo usado para interpelar ou chamar a pessoa com quem se fala, pode estar no início, no meio ou no fim da oração, e sempre deve ser separado por vírgulas.
Exemplo:
Meu Deus, por que me abandonaste, que sabias que não era Deus se sabia que era fraco?

11. Com conjunções.
Conjunções são as palavras responsáveis pela ligação entre orações. Normalmente iniciam a oração e, em muitos casos são antecedidas de vírgula.
Algumas delas (porém, entretanto, todavia, contudo, pois, portanto etc) podem aparecer deslocadas do início da frase, situação em que devem estar entre vírgulas.
Exemplos:
O professor explicou a matéria; porém não a compreenderam. [Conjunção no inicio da frase]
O professor explicou a matéria; os alunos, porém, não a compreenderam. [Conjunção deslocada, intercalada entre sujeito e o predicado da segunda oração]

12. Ausência de verbo.
A vírgula pode assinalar a elipse (omissão) do verbo, a fim de evitar a repetição do verbo da oração anterior (que fica subentendido) usa-se em seu lugar uma vírgula.
Exemplos:
O rapaz tocava piano; a moça violão.
O rapaz tocava piano, e a moça, violão.

13. Separando orações subordinadas.
Ocorrerá virgula após orações subordinadas adverbiais quando vierem antes da principal:

  • “Se eu o tivesse amado, talvez o odiasse agora.” (Cidade dos anjos) . [Oração subordinada adverbial condicional];
  • Quanto mais o tempo passava, mais nervoso ele ficava. [Oração subordinada adverbial proporcional];
  • Embora esteja chovendo, vou me arriscar a sair agora. [Oração subordinada adverbial concessiva].

Orações reduzidas (aquelas cujos verbos estão no infinitivo, no gerúndio ou no particípio, são também orações subordinadas adverbiais na maior parte das vezes e devem ser separadas por vírgulas, sobretudo quando vêm antes da principal);
  • Sendo tantas as opções,  escolha fica difícil. [Oração subordinada adverbial causal reduzida de gerúndio];
  • Cansado de tanta impunidade, deixou o país. [Oração subordinada adverbial causal reduzida de particípio];
  • Ao entrar na sala, encontrou os objetos perdidos. [Oração subordinada adverbial temporal reduzida de infinitivo];
  • O suspeito foi preso, acusado de desacato à autoridade. [Oração subordinada adverbial causal reduzida de particípio].

14. Separando orações coordenadas.
As orações coordenadas são separadas entre si por vírgulas:
  • Ele irá, quer queira, quer não queira. [Oração coordenada sindética alternativa];
  • Não veio, mas justificou sua ausência. [Oração coordenada sindética adversativa];
  • O professor não veio, pois seu armário está fechado. [Oração coordenada sindética explicativa].

Para testar o aprendizado do aluno, propomos alguns exercícios práticos que deverão ser resolvidos em duplas. Adotamos essa estratégia de trabalho , pois acreditamos em sua eficácia. Duplas produtivas trazem bons resultados.


 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO

1. Use virgulas para separar ao adjuntos adverbiais quando for necessário.

  1. Na semana passada o prefeito, o prefeito visitou as obras.
  2. O prefeito visitou as obras na semana passada.
  3. Todos estarão na faculdade no próximo ano.
  4. No próximo ano, todos estarão na faculdade.
  5. Eu o ajudarei desde que se empenhe no trabalho.
  6. Desde que se empenhe no trabalho, eu o ajudarei.

2.  Retire das frases abaixo, apenas as vírgulas incorretas.

  1. Tudo o que ele queria, era entender melhor a questão. (Retirar a vírgula)
  2. Quem tudo quer, tudo perde. (Retirar a vírgula)
  3. Depois da tempestade, vem a bonança.
  4. De cavalo dado, não se olham os dentes. (Retirar a vírgula)
  5. Mesmo os mais adiantados, tiveram dificuldade de responder áquela questão. (Retirar a vírgula)
  6. Restava, naquele fim de mundo, uma só esperança: Encontrar os rastros de outros viajantes.

3. Use vírgula quando for necessário

  1. Não foi uma escolha consciente, e sim um ato impensado.
  2. Não pensou nas conseqüências de seus atos, mas no prazer momentâneo de realizá-los.
  3. Não queria viajar, mas, sim, ficar em sua casa sossegado.
  4. Correu muito, todavia não chegou a tempo de encontrá-lo.

4. Use (C) par indicar que a conjunção porque é subordinada causal e (E) para indicar que é coordenada explicativa. A seguir, coloque as vírgulas que separam as orações coordenadas explicativas.

a)      Venha jantar, porque já é muito tarde. 
b)      Não a cumprimentou porque não a reconhecera. 
c)       Ele estava deprimido, porque não quis falar com ninguém. 
d)      Não demore, porque o trem já vai partir. 
e)      Não fez boa prova porque não estudou. 

Gabarito
a)-E (uso da vírgula)
b)-C
c)-E (uso da vírgula)
d)-E (uso da vírgula)
e)-C

Considerações Finais:

Após termos desenvolvido este material, gostaríamos de acrescentar o quão proveitoso e útil foi este trabalho. O uso da vírgula é um tema que desde o início nos provocava uma certa insegurança, por mais destrinchado que tivesse sido no decorrer das disciplinas competentes, só foi de fato possível uma maior internalização das regras e condições específicas para esse fim após a execução dessa atividade, pois nos permitiu um contato prático direto com o tema, nos colocando na posição de educadores, a situação passa a requerer de nós certo nível de proficiência no assunto para que possamos administrá-lo ao público leitor, que em sua maioria, por falta de um contato mais aprofundado encontra-se temporariamente leigo no assunto.
Por fim, queremos frisar que este conteúdo abrange as regras e restrições mais genéricas e generalistas do referido uso da vírgula, logo para um contato ainda mais aprofundado com o tema indicamos a bibliografia citada no início, bons estudos e  divirtam-se!






Trabalho Realizado pelos alunos do curso de Letras 4º Semestre: Telma, Cleide, Josemilton e Fernando.