Antes de chegarmos ao nosso objeto de estudo, vamos percorrer por algumas informações que serão de suma importância, das quais facilitarão na compreensão das Orações Subordinadas Adverbiais.
O que é um Advérbio?
Definição: palavra invariável que modifica essencialmente o verbo, exprimindo uma circunstância.
Dentro da Morfologia, que estuda estrutura da formação e da classificação das palavras, nós diz:
Classe gramatical de palavras que tem como principal função modificar outras palavras ou frases. A etimologia da sua designação (de adverbium) parece relacionar os advérbios com os verbos, muitas vezes apelidados de "adjetivos do verbo", como se de adjuntos verbais se tratasse. Mas na verdade, os advérbios não modificam apenas os verbos, mas também os adjetivos, outros advérbios e frases.
Classificação dos Advérbios
De acordo com a circunstância que exprime, o advérbio pode ser de:
Lugar: aqui, antes, dentro, ali, adiante, fora, acolá, atrás, além, lá, detrás, aquém, cá, acima, onde, perto, aí, abaixo, aonde, longe, debaixo, algures, defronte, nenhures, adentro, afora, alhures, nenhures, aquém, embaixo, externamente, a distância, à distância de, de longe, de perto, em cima, à direita, à esquerda, ao lado, em volta.
Tempo: hoje, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, amanhã, cedo, dantes, depois, ainda, antigamente, antes, doravante, nunca, então, ora, jamais, agora, sempre, já, enfim, afinal, amiúde, breve, constantemente, entrementes, imediatamente, primeiramente, provisoriamente, sucessivamente, às vezes, à tarde, à noite, de manhã, de repente, de vez em quando, de quando em quando, a qualquer momento, de tempos em tempos, em breve, hoje em dia.
Modo: bem, mal, assim, adrede, melhor, pior, depressa, acinte, debalde, devagar, às pressas, às claras, às cegas, à toa, à vontade, às escondidas, aos poucos, desse jeito, desse modo, dessa maneira, em geral, frente a frente, lado a lado, a pé, de cor, em vão e a maior parte dos que terminam em "-mente": calmamente, tristemente, propositadamente, pacientemente, amorosamente, docemente, escandalosamente, bondosamente, generosamente.
Afirmação: sim, certamente, realmente, decerto, efetivamente, certo, decididamente, deveras, indubitavelmente.
Negação: não, nem, nunca, jamais, de modo algum, de forma nenhuma, tampouco, de jeito nenhum.
Dúvida: acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez, casualmente, por certo, quem sabe.
Intensidade: muito, demais, pouco, tão, em excesso, bastante, mais, menos, demasiado, quanto, quão, tanto, assaz, que (equivale a quão), tudo, nada, todo, quase, de todo, de muito, por completo, extremamente, intensamente, grandemente, bem (quando aplicado a propriedades graduáveis).
Exclusão: apenas, exclusivamente, salvo, senão, somente, simplesmente, só, unicamente.
Por exemplo: Brando, o vento apenas move a copa das árvores.
Inclusão: ainda, até, mesmo, inclusivamente, também.
Por exemplo: O indivíduo também amadurece durante a adolescência.
Ordem: depois, primeiramente, ultimamente.
Por exemplo: Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos meus amigos por comparecerem à festa.
Saiba que:
- Para se exprimir o limite de possibilidade, antepõe-se ao advérbio o mais ou o menos.
Por exemplo:
Ficarei o mais longe que puder daquele garoto. Voltarei o menos tarde possível.
- Quando ocorrem dois ou mais advérbios em -mente, em geral sufixamos apenas o último:
Por exemplo:
O aluno respondeu calma e respeitosamente.
Agora que já temos boas informações sobre a função de um advérbio, vamos para o próximo passo. Vamos abordar agora, não mais o advérbio isoladamente, mas dentro de um conteúdo, o qual podemos chamar de oração, e a Sintaxe, que estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si, nos diz:
Há termos que, apesar de dispensáveis na estrutura básica da oração, são importantes para a compreensão do enunciado. Ao acrescentar informações novas.
Esses termos são chamados de Termos Acessórios da Oração, e Advérbio é classificado como: Adjuntos Adverbial.
Adjunto Adverbial
É o termo da oração que indica uma circunstância (dando ideia de tempo, lugar, modo, causa, finalidade, etc.). O adjunto adverbial é o termo que modifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de um advérbio. Observe as frases abaixo:
Eles se respeitam muito.
Seu projeto é muito interessante.
O time jogou muito mal.
Nessas três orações, muito é adjunto adverbial de intensidade. No primeiro caso, intensifica a forma verbal respeitam, que é núcleo do predicado verbal. No segundo, intensifica o adjetivo interessante, que é o núcleo do predicativo do sujeito. Na terceira oração, muito intensifica o advérbio mal, que é o núcleo do adjunto adverbial de modo.
Veja o exemplo abaixo:
Amanhã voltarei de bicicleta àquela velha praça.
Os termos em destaque estão indicando as seguintes circunstâncias:
amanhã indica tempo;
de bicicleta indica meio;
àquela velha praça indica lugar.
Sabendo que a classificação do adjunto adverbial se relaciona com a circunstância por ele expressa, os termos acima podem ser classificados, respectivamente em: adjunto adverbial de tempo, adjunto adverbial de meio e adjunto adverbial de lugar.
O adjunto adverbial pode ser expresso por:
1) Advérbio: O balão caiu longe.
2) Locução Adverbial: O balão caiu no mar.
3) Oração: Se o balão pegar fogo, avisem-me.
Observação: nem sempre é possível apontar com precisão a circunstância expressa por um adjunto adverbial. Em alguns casos, as diferentes possibilidades de interpretação dão origem a orações sugestivas.
Por exemplo:
Entreguei-me calorosamente àquela causa.
É difícil precisar se calorosamente é um adjunto adverbial de modo ou de intensidade. Na verdade, parece ser uma fórmula de expressar ao mesmo tempo as duas circunstâncias. Por isso, é fundamental levar em conta o contexto em que surgem os adjuntos adverbiais.
Estamos perto do nosso maior objeto, só que para deixar mais claro faremos a pergunta;
O que é uma Oração?
E para responder, temos que definir algumas coisas;
Frase – É todo enunciado linguistico dotado de significado, ou seja, é uma comunicação clara, precisa e de fácil entendimento entre os interlocutores, seja na língua falada ou escrita.
Neste caso, temos a frase nominal e verbal. A frase nominal não é constituída por verbo.
Ex: Que dia lindo!
Já na frase verbal há a presença do verbo.
Ex: Preciso de sua ajuda.
Oração - É todo enunciado linguístico dotado de sentido, porém há, necessariamente, a presença do verbo ou de uma locução verbal. Este verbo, por sua vez, pode estar explícito ou subentendido.
Ex: Os garotos adoram ir ao cinema e depois ao clube.
Podemos perceber a presença do sujeito e do predicado.
Período – É um enunciado linguístico que se constitui de uma ou mais orações. Este se classifica em:
Período simples - formado por apenas uma oração, também denominada de oração absoluta.
Ex: Os professores entregaram as provas.
Período composto - formado por duas ou mais orações.
Ex: Hoje o dia está lindo, por isso os garotos irão ao cinema, ao clube e depois voltarão para casa felizes.
Vamos ir mais a fundo na explicação sobre Oração, melhor, ainda, Orações.
Classificação das Orações
O Período Composto se caracteriza por possuir mais de uma oração em sua composição.
Sendo Assim:
- Eu irei à praia. (Período Simples)
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. (Período Composto)
- Já me decidi: só irei à praia, se antes eu comprar um protetor solar. (Período Composto).
Cada verbo ou locução verbal sublinhada acima corresponde a uma oração. Isso implica que o primeiro exemplo é um período simples, pois tem apenas uma oração, os dois outros exemplos são períodos compostos, pois têm mais de uma oração.
Há dois tipos de relações que podem se estabelecer entre as orações de um período composto: uma relação de coordenação ou uma relação de subordinação.
Duas orações são coordenadas quando estão juntas em um mesmo período, (ou seja, em um mesmo bloco de informações, marcado pela pontuação final), mas têm, ambas, estruturas individuais, como é o exemplo de:
- Estou comprando um protetor solar, depois irei à praia. (Período Composto)
Podemos dizer:
1. Estou comprando um protetor solar.
2. Irei à praia.
Separando as duas, vemos que elas são independentes.
É desse tipo de período que iremos falar agora: o Período Composto por Coordenação.
Quanto à classificação das orações coordenadas, temos dois tipos: Coordenadas Assindéticas e
Coordenadas Sindéticas e Coordenadas Assindéticas
São orações coordenadas entre si e que não são ligadas através de nenhum conectivo. Estão apenas justapostas.
Coordenadas Sindéticas
Ao contrário da anterior, são orações coordenadas entre si, mas que são ligadas através de uma conjunção coordenativa. Esse caráter vai trazer para esse tipo de oração uma classificação:
As orações coordenadas sindéticas são classificadas em cinco tipos: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas e explicativas.
Vejamos exemplos de cada uma delas:
Orações Coordenadas Sindéticas Aditivas: e, nem, não só... mas também, não só... como, assim... como.
- Não só cantei como também dancei.
- Nem comprei o protetor solar, nem fui à praia.
- Comprei o protetor solar e fui à praia.
Orações Coordenadas Sindéticas Adversativas: mas, contudo, todavia, entretanto, porém, no entanto, ainda, assim, senão.
- Fiquei muito cansada, contudo me diverti bastante.
- Ainda que a noite acabasse, nós continuaríamos dançando.
- Não comprei o protetor solar, mas mesmo assim fui à praia.
Orações Coordenadas Sindéticas Alternativas: ou... ou; ora...ora; quer...quer; seja...seja.
- Ou uso o protetor solar, ou uso o óleo bronzeador.
- Ora sei que carreira seguir, ora penso em várias carreiras diferentes.
- Quer eu durma quer eu fique acordado, ficarei no quarto.
Orações Coordenadas Sindéticas Conclusivas: logo, portanto, por fim, por conseguinte, consequentemente.
- Passei no vestibular, portanto irei comemorar.
- Conclui o meu projeto, logo posso descansar.
- Tomou muito sol, consequentemente ficou adoentada.
Orações Coordenadas Sindéticas Explicativas: isto é, ou seja, a saber, na verdade, pois.
- Só passei na prova porque me esforcei por muito tempo.
- Só fiquei triste por você não ter viajado comigo.
- Não fui à praia pois queria descansar durante o Domingo.
Orações Subordinadas
Quando, temos uma oração com sentido próprio e independente mas a outra não, dizemos que são orações subordinadas . À oração com sentido próprio chamamos oração subordinante . À oração sem sentido próprio chamamos oração subordinada. Ex. Vou dar-lhe uma prenda quando ela fizer anos. Oração subordinante: oração subordinada: sozinha tem sentido próprio sozinha não tem sentido próprio e independente está ligada (subordinada) à outra para ter sentido Conjunção
Conjunções (locuções conjuncionais)
Às palavras ou expressões que utilizamos para ligar orações subordinadas chamamos conjunções subordinativas (ou locuções conjuncionais subordinativas)
Orações Subordinadas
Uma delas tem sentido próprio e independente (oração subordinante) mas a outra não (oração subordinada) e são introduzidas por meio de uma conjunção ou locução conjuncional subordinativa. Dividem-se em: - causais - condicionais - finais - temporais - integrantes - comparativas - concessivas - consecutivas
Orações subordinadas causais - Função
Traduzem uma causa Conjunções - porque, pois, como, porquanto Locuções conjuncionais - visto que, pois que, já que, por isso que, uma vez que. Exemplos Não saí de casa porque o tempo arrefeceu.
Orações Subordinadas Condicionais - Função
Expressa uma condição - A não ser que, desde que, uma vez que, contanto que, salvo se, excepto se Exemplos Se o Inverno não viesse, o rouxinol contaria sempre.
Orações Subordinadas Finais - Função
Exprimem uma finalidade Conjunções - que Locuções conjuncionais - para que, a fim de que Exemplo Os médicos fazem tudo para que os doentes melhorem.
Orações Subordinadas Temporais - Função
Exprimem o tempo Conjunções - quando, enquanto, apenas, mal Locuções conjuncionais - antes que, depois que, desde que, à medida que, até que Exemplo Os rouxinóis cantam quando o tempo aquece.
Orações Subordinadas Integrantes - Função
Exercem a função de sujeito ou complemento directo Conjunções - que, se Locuções conjuncionais ________ Exemplos É necessário que eles cantem.
Orações Subordinadas Comparativas - Função
Comparar acções. Conjunções como, conforme, que, segundo, consoante, qual (quando antecedido de tal) Locuções conjuncionais assim como...assim, bem como...assim, mais...do que, menos...do que, tão...como, tanto...como, conforme...assim, consoante...assim, segundo...assim, segundo...assim, ao passo que Exemplos Demorei mais tempo do que era minha intenção.
Orações Subordinadas Concessivas - Função
Exprimem uma ideia de concessão, um facto que se opõe ao que foi expresso na oração anterior. Conjunções - embora, conquanto Locuções conjuncionais - ainda que, mesmo que, posto que, se bem que, de modo que, de forma que, de sorte que, por mais (menos / muito) que Exemplos Vou ao cinema, mesmo que chova. Embora esteja a chover, vou sair
Orações Subordinadas Consecutivas - Função
Exprime uma consequência relativamente ao facto relatado na oração subordinante. Conjunções - que (antecedido de tal, tão, tanto, tamanho) Locuções conjuncionais - de maneira que, de modo que, de forma que, de sorte que Exemplo - Ontem, fez tanto calor que as pessoas não podiam andar na rua.
Relativas explicativas/ restritivas
A mãe, que já o tinha avisado, pô-lo de castigo. – explicativa (informação adicional) Os alunos que ainda não terminaram o exercício devem conclui-lo em casa. – restritiva (restringe, especifica)
Fontes:
http://www.priberam.pt
http://www.infopedia.pt
http://www.infoescola.com
Postado por: Alexandre Negreiros, Beatriz Sposito, Cristiano Santos, Danielle Silva e Thamiris Schleder.
Nenhum comentário:
Postar um comentário